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Como garantir segurança alimentar e reduzir o desperdício nas escolas? 

Criança se alimentando no refeitório escolar.

A segurança alimentar é um direito e prioridade global, garantindo acesso a alimentos seguros e nutritivos para uma vida saudável e ativa. Em 2023, dados recentes do módulo de Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgados pelo IBGE, revelam um cenário misto no Brasil: 72,4% dos domicílios estavam em situação de segurança alimentar, marcando um avanço significativo em relação aos 63,3% registrados em 2017. No entanto, 27,6% dos lares ainda enfrentavam algum nível de insegurança alimentar, com 9,4% vivendo condições de insegurança alimentar moderada ou grave.

No cenário global, o desperdício de alimentos é um problema alarmante. O Brasil, em particular, ocupa uma posição crítica entre os países que mais desperdiçam alimentos. De acordo com o Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), foi revelado que o desperdício contribui com 8% a 10% das emissões globais de gases de efeito estufa. A maior parte do desperdício ocorre antes dos alimentos chegarem aos consumidores, com falhas na logística e transporte inadequado como principais causas. Além disso, a “cultura do desperdício”, onde os brasileiros frequentemente compram mais do que o necessário, exacerba o problema.

O desafio do desperdício de alimentos

O desperdício de alimentos nas escolas é uma realidade alarmante e desafia o bom funcionamento do sistema educacional. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), aproximadamente um terço de todos os alimentos produzidos no mundo é desperdiçado, e o Brasil está entre os países que mais sofrem com essa perda. No contexto escolar, essa questão se agrava, pois não afeta apenas os custos da alimentação, mas também o bem-estar e o desenvolvimento dos alunos.

O desperdício nas escolas significa a perda de recursos que poderiam ser melhor empregados, seja na diversificação do cardápio, seja na melhoria da infraestrutura para atender melhor os estudantes. O impacto ambiental também é significativo: a produção e o descarte de alimentos contribuem para o aumento da emissão de gases de efeito estufa e o desperdício de água e energia, agravando a crise ambiental. Além disso, quando alimentos não são aproveitados de forma eficiente, o risco de comprometer a segurança alimentar dos alunos aumenta. Refeições incompletas ou mal planejadas prejudicam a saúde, afetando diretamente a capacidade de aprendizado e o rendimento dos estudantes.

Segurança alimentar como prioridade 

Garantir segurança alimentar nas escolas vai além de prover refeições. Trata-se de assegurar que os alunos tenham acesso a alimentos saudáveis e nutritivos, fundamentais para seu desenvolvimento integral. Uma dieta equilibrada é importante não apenas para a saúde física, mas também para o desenvolvimento cognitivo, favorecendo a concentração, o aprendizado e a memória. 

Para muitos estudantes, principalmente aqueles em situação de vulnerabilidade, a refeição escolar é a principal fonte de nutrientes do dia. Isso faz das escolas um espaço chave no combate à insegurança alimentar. Ao garantir que essas refeições sejam seguras e nutritivas, as instituições não apenas cuidam da saúde das crianças, mas também investem em seu futuro, já que a alimentação escolar adequada é importante, também, para o desempenho escolar. 

Estratégias inovadoras para promover segurança alimentar e reduzir o desperdício nas escolas

Para promover a segurança alimentar e reduzir o desperdício nas escolas, é preciso debater e adotar estratégias inovadoras que integram tecnologia e conscientização. 

Sistemas de gestão, como o AEI (Alimentação Escolar Inteligente), permitem que os cardápios sejam planejados com antecedência e de acordo com o que o aluno realmente precisa e aceita. Isso não só minimiza o desperdício, como também garante que os alunos recebam refeições adequadas do ponto de vista nutricional.

Outra abordagem que pode e deve ser adotada pelas escolas é educar e conscientizar os alunos sobre a importância do consumo consciente e das práticas alimentares sustentáveis, promovendo programas que incluam desde aulas sobre a origem dos alimentos até atividades práticas, como talvez a criação de hortas escolares. Iniciativas assim ajudam os estudantes a valorizar mais os alimentos e a adotar hábitos de consumo mais responsáveis.

Outro ponto importante é a compra de alimentos provenientes da agricultura familiar. Além de ser uma diretriz do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), é essencial para fortalecer a produção local e garantir segurança alimentar. 

Com todas essas estratégias, por fim, é preciso acompanhar dados tanto sobre consumo, quanto de desperdício, para que a escola possa ajustar suas práticas conforme os resultados. 

Webinar especial 

Em comemoração ao Dia Internacional de Conscientização sobre o Desperdício e Perdas de Alimentos, celebrado no dia 29 de setembro, realizaremos um webinar especial sobre o tema “Estratégias Inovadoras para Promover Segurança Alimentar e Reduzir o Desperdício nas Escolas”, no dia 26/09 às 16h (horário de Brasília). Contaremos com a participação de convidadas que possuem experiência no assunto:

Regina Tchelly, empreendedora social e fundadora do projeto Favela Orgânica, irá compartilhar sua metodologia única de combate ao desperdício, combinando consumo consciente, gastronomia criativa e hortas urbanas.

Lourici Bittencourt, nutricionista com 16 anos de experiência na alimentação escolar em Maricá/RJ, irá falar sobre o caso do Aproveita+, projeto realizado através do AEI, da Lemobs, para reduzir o desperdício das escolas do município.

Lorena Lima, chefe da Divisão de Nutrição do Estado do Acre, trará sua experiência à frente do PNAE, onde coordena a equipe de nutricionistas que atuam no planejamento de cardápios e na implementação de ações que garantem refeições escolares saudáveis e nutritivas.

Assista o Webinar em nosso canal no YouTube clicando aqui!

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